sábado, 6 de junho de 2015

Simulado História - Brasil Colonia II

1. Observe o texto em questão e assinale em seguida a única alternativa correta.
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
brilham fardas e casacas,
junto com batinas pretas.
E há finas mãos pensativas,
entre galões, sedas, rendas,
e há grossas mãos vigorosas,
de unhas fortes, duras veias,
e há mãos de púlpito e altares,
de Evangelhos, cruzes, bênçãos.
Uns são reinóis, uns, mazombos;
e pensam de mil maneiras;
mas citam Vergílio e Horácio,
e refletem, e argumentam,
falam de minas e impostos,
de lavras e de fazendas,
de ministros e rainhas
e das colônias inglesas.

texto extraído do livro "Romanceiro da Inconfidência", Editora Letras e Artes - Rio de Janeiro, 1965, pág. 70

a)  Cecília Meireles inovou, ao escrever seu Romanceiro da Inconfidência. Explorou um tema desconhecido da História nacional brasileira e passou a da visibilidade através de seus versos, que exprimem o drama da liberdade em sua luta contra os poderes tirânicos.
b)  O lirismo do Romanceiro da Inconfidência possui um importante elemento épico, que resgata elementos históricos da segunda metade do século XVIII, reverenciando em seu texto personagens históricos da Inconfidência mineira, baiana e paulista.
c)  A reinterpretação da história serve no entanto de ponto de partida para uma reflexão filósofica sobre a condição humana. Surgindo Tiradentes como um anticristo nacional, que tentou sacrificar o Brasil em busca de uma nova era de liberdade.
d)  A Inconfidência Mineira foi reprimida com grande violência pelas autoridades locais. Além de enforcar e esquartejar Tiradentes, o grande poeta árcade Cláudio Manoel da Costa morreu na prisão no mesmo ano, 1789, e Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu da Marília, foi exilado em terras africanas.
e)  Romanceiro da Inconfidência caracteriza- se como uma obra lírica, de reflexão barroca, mas com um contexto épico, narrativo, firmemente calcado na história. Escrito pela poetisa no auge das manifestações de contestação ao poder português na região mineira.

2.
Pretende, Doroteu, o nosso Chefe
mostrar um grande zelo nas cobranças
do imenso cabedal que todo o povo
aos cofres do Monarca está devendo;
envia bons soldados às Comarcas.
E manda-lhes que cobrem, ou que metam
a quantos não pagarem nas cadeias.
(Cartas Chilenas, Thomas Antônio Gonzaga, década de 1780)

O poema refere-se
a) ao erário privado do monarca, ou seja, impostos exigidos dos donos das minas.
b) à demarcação do Distrito Diamantino, para a arrecadação de impostos na comarca de Serro Frio.
c) à cobrança do soldo devido às tropas, em função do atraso da cobrança do quinto.
d) ao Alvará de 1785 que estabelecia a cobrança de imposto para quem implantasse manufaturas no Brasil.
e) à cobrança da derrama, ou seja, impostos atrasados devidos à coroa portuguesa.

3. Comparando-se a pecuária e a mineração no Brasil colonial, é correto afirmar que
a) enquanto a primeira destinava-se ao mercado externo, as riquezas geradas pela segunda ficaram na colônia.
b) ambas utilizaram, fundamentalmente, mão-de-obra livre devido ao pequeno investimento, o que favoreceu a ascensão social.
c) eram independentes entre si, mas assemelharam-se por serem complementares aos engenhos de açúcar.
d) enquanto a criação foi a atividade principal da faixa litorânea, o ouro foi explorado no interior da região central.
e) ambas contribuíram para a interiorização da colonização portuguesa e, articuladas, geraram um comércio interno.

4. A Conjura Baiana de 1798, conhecida também por Revolução dos Alfaiates, foi a mais popular rebelião do período colonial, entre outros motivos, por propor:

a) a emancipação de Portugal, a instauração de uma Monarquia Constitucional e a manutenção do pacto colonial;
b) a emancipação de Portugal, a instauração de uma Monarquia Constitucional, a continuidade da escravidão e a liberdade de comércio;
c) a emancipação de Portugal, a instauração de uma República, a continuidade da escravidão e a manutenção das restrições ao comércio;
d) a emancipação de Portugal, a instauração de uma República, o fim da escravidão e a liberdade de comércio;
e) a emancipação de Portugal, a manutenção do Pacto Colonial, o fim da escravidão e a formação de um exército luso-brasileiro.

5. Sobre a Inconfidência Mineira é correto afirmar:

a) Foi um movimento que contou com uma ampla participação de homens livres não-proprietários e até mesmo de muitos escravos negros.
b) O clero de Minas Gerais não teve nenhuma participação na conspiração, que tinha uma forte conotação anti-eclesiástica;
c) Entre os planos unanimemente aprovados pelos conspiradores de Minas estava a abolição da escravatura;
d) Entre os fatores que influenciaram os “inconfidentes” estavam as “ideias francesas” (o Iluminismo, o Enciclopedismo) e a “justificação pelo exemplo”, da Independência Norte-Americana.
e) Os “inconfidentes” jamais pensaram seriamente em proclamar a Independência do Brasil em relação a Portugal, pretendendo apenas forçar a Coroa a suspender a cobrança da “derrama”.

6. A Guerra dos Emboabas (1707 – 1709) e a Inconfidência Mineira (1789) foram revoltas ocorridas no Brasil. Sobre elas, assinale a alternativa correta:

a)    Ambas tinham de separar o Brasil de Portugal e ocorreram na região da mineração;
b)    A primeira e considerada uma revolução separatista e mais radical do que a segunda, tendo ocorrido na região de São Paulo e liberada pelos Bandeirantes;
c)    Tanto a primeira como a segunda foram influenciadas pelas ideias iluministas e pela independência das Treze Colônias inglesas, mas só a segunda teve êxito nos seus objetivos.
d)    A primeira foi bem-sucedida, garantindo aos paulistas e posse da região da mineração enquanto a segunda foi reprimida pela Coroa portuguesa antes de acontecer.
e)    Ambas ocorreram na mesma região do Brasil, contra a dominação portuguesa na área da mineração, no entanto, somente teve influência das ideias iluministas europeias.

7. (Fuvest) A chamada Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco em 1710, deveu-se
a) ao surgimento de um sentimento nativista brasileiro, em oposição aos colonizadores portugueses.
b) ao orgulho ferido dos habitantes da vila de Olinda, menosprezados pelos portugueses.
c) ao choque entre comerciantes portugueses do Recife e a aristocracia rural de Olinda pelo controle da mão-de-obra escrava.
d) ao choque entre comerciantes portugueses do Recife e a aristocracia rural de Olinda cujas relações comerciais eram, respectivamente, de credores e devedores.
e) a uma disputa interna entre grupos de comerciantes, que eram chamados depreciativamente de mascates.

8.  "Cada hum soldado he cidadão mormente os homens pardos e pretos que vivem escornados, e abandonados, todos serão iguaes, não haverá diferença, só haverá liberdade, igualdade e fraternidade."
                        (Manifesto dirigido ao "Poderoso e Magnífico Povo Bahiense Republicano", em 1798. Cit. por NEVES, Joana e NADAI, Elza. HISTÓRIA DO BRASIL. DA COLÔNIA À REPÚBLICA. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 1990. p. 119.)

Assinale a opção que melhor expressa as diferenças entre a Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira:
a) os mineiros eram mais radicais do que os baianos com relação à escravidão, pois defendiam não só liberdade dos negros mas sua participação no governo
b) enquanto em Minas os revoltosos evitavam tocar em questões delicadas como a escravidão, na Bahia a influência da Revolução Francesa era mais marcante
c) a revolta na Bahia foi liderada e apoiada por setores instruídos da população, o que ditou seu tom mais moderado, mas em Minas a população pobre foi às ruas e expulsou as lideranças conciliadoras
d) a influência da Independência dos EUA foi mais intensa na revolta baiana, enquanto que, em Minas, a presença dos ideais franceses foi mais forte


9.  "A coalizão de magnatas comprometidos com a revolução mineira não era monolítica, tendo na multiplicidade de motivações e de elementos envolvidos uma debilidade potencial. Os magnatas esperavam alcançar seus objetivos sob cobertura de um levante popular".
            (Kenneth Maxwell - "A devassa da devassa").

Assinale a interpretação correta sobre o texto referente à Inconfidência Mineira.
a) A Inconfidência Mineira era um movimento de elite, com propostas sociais indefinidas e que pretendia usar a derrama como pretexto para o levante popular.
b) O movimento mineiro tinha sólido apoio popular e eclodiria com a adesão dos dragões: a polícia local.
c) Os envolvidos não tinham motivos pessoais para aderir à revolta, articulada em todo o país através de seus líderes.
d) A conspiração entrou na fase da luta armada, sendo derrotada por tropas metropolitanas.
e) A segurança perfeita e o sigilo do movimento impediram que delatores denunciassem a revolta ao governo.

Cada um faz de sua vida
Ser alegria ou sofrer
Pois desde pequeno já se escuta
“O que plantares irás colher”.
(Leonilton Carneiro)